Por amigos, Elmar foi aconselhado a fazer um gesto para ganhar a confiança do governo. A ideia seria levar o União Brasil a apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo, que tem Lula como maior cabo eleitoral. O movimento plantaria, ainda, a base para PT e União Brasil estarem juntos pela reeleição de Lula, em 2026. Com Jair Bolsonaro inelegível, o União Brasil aposta em Ronaldo Caiado, governador de Goiás, como candidato da direita.
Sem o apoio do Planalto, Arthur Lira não teria votos para fazê-lo sucessor. E perder não está nos seus planos. Conforme mostrou a coluna, as negociações no gabinete do presidente Lula envolvem a oferta de um ministério e outras acomodações políticas, pensando já na eleição de 2026 e em alianças. O Palácio do Planalto diz que reforma ministerial não está em negociação.
Lira quer ser candidato ao Senado por Alagoas. Para isso, ele precisa do apoio de Lula para convencer o senador Renan Calheiros (MDB-AL) a fechar um pacto de não agressão com seu arqui-inimigo.
São duas vagas em disputa. Uma delas será de Renan e, pela força do senador no Estado, a outra será de quem ele apoiar. Dos 102 municípios de Alagoas, Renan tem 70 prefeitos e deve terminar a eleição com 85.
Lira, mesmo controlando o orçamento, tem 24 prefeituras. Sem orçamento secreto, a avaliação entre políticos locais é que esse número reduza. Ele não conseguiu eleger o governador nem indicar o vice na chapa do prefeito JHC (PL), que será reeleito em Maceió, segundo as pesquisas, em primeiro turno.
Hugo Motta – a carta na manga
Outra peça no tabuleiro da política foi a decisão do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) de desistir da disputa, fato antecipado pela coluna. Concomitante a isso, ele anunciou apoio ao seu colega de partido, deputado Hugo Motta (PB).