Herói bolsonarista, Musk do X não quis remover ameaça contra policiais

“A investigação demonstrou a participação criminosa e organizada de inúmeras pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milicias digitais e a tentativa de golpe de Estado. As redes sociais — em especial a “X” — passaram a ser instrumentalizadas com a exposição de dados pessoais, fotografias, ameaças e coações dos policiais e de seus familiares”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes, em registro de reportagem de Letícia Casado, Mateus Coutinho e Rafael Neves, do UOL, que trouxe luz sobre o tema.

Nesta sexta (13), o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse em uma reunião com empresários que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi uma dessas pessoas. Ele teria feito uma postagem no X com fotos da filha de 5 anos e da esposa de um delegado que o investigava. Abaixo dela, a legenda: “Procura-se vivo ou morto”.

Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, diante do pedido de remoção das ameaças, Rodrigues disse à plateia que “o X não fez nada, nem apagou o post nem pagou a multa. E ainda disse que iria retirar o escritório da rede social no Brasil, para não terem com quem falar”.

Com isso, Musk vem se despindo da fantasia de arauto da democracia. Apesar de se colocar como defensor da liberdade no mundo, ele quer garantir é a própria liberdade de decidir que leis e países quer obedecer. Pergunte a Xi Jinping o que aconteceria com a Tesla na China se o bilionário tratasse o país como o trata o Brasil ou a Austrália, outro alvo de seus ataques.

Após a desobediência judicial, ele resolveu partir para a ação direta e passou a bombar os convites para o ato de 7 de setembro na avenida Paulista, que pediu anistia a golpistas e impeachment de Moraes. Vale lembrar que manifestação que defende golpista é golpista também.

Na decisão da Primeira Turma do STF, que chancelou a suspensão do X, o ministro Flávio Dino mandou um recado aos proprietários de Big Techs. Na avaliação da constitucionalista Eloísa Machado, professora da FGV Direito SP e coordenadora do centro de pesquisa Supremo em Pauta, o recado é que “Elon Musk está usando sim a sua influência, o seu poder e o seu dinheiro para corromper o Estado Democrático de Direito no Brasil”.

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