Um empate, “apenas” isso, separa o Botafogo de conquistar o Campeonato Brasileiro novamente. Um longo jejum que dura 29 anos, tempo suficiente para uma geração de torcedores jamais ter visto o clube no topo do país e também para alavancar a carreira de quem atingir o feito.
Um desses é Artur Jorge. Uma semana depois de levar o Glorioso ao primeiro título de CONMEBOL Libertadores de sua história, o português quer ser o terceiro campeão brasileiro pelo Alvinegro, depois de Mário Jorge Zagallo (1968) e Paulo Autuori (1995). Um sucesso que, ele próprio admite, não pode passar ileso.
Em entrevista exclusiva à ESPN antes da partida contra o São Paulo, neste domingo (8), no Nilton Santos, o treinador botafoguense foi vago sobre o futuro no clube. Artur Jorge tem contrato até dezembro de 2025, mas o trabalho realizado no Brasil despertou interesse de outras equipes. Com propostas em mãos, inclusive antes da semifinal da Libertadores, ele espera uma valorização por parte do clube.
“O meu futuro tem algumas incertezas nessa altura. Tenho contrato com o Botafogo até dezembro de 2025. A verdade é que a valorização não é só dos atletas, é também do treinador”, falou o português.
“Algumas propostas já surgiram e o meu empresário está cuidando disso de forma direta porque o meu foco desde sempre, isso aconteceu antes da semifinal da Libertadores, e eu disse que não queria ser incomodado ou envolvido no que quer que fosse. Eu tinha e tenho dois grandes objetivos: Libertadores, que já consegui, e o Campeonato Brasileiro”, completou Artur Jorge.
“Essas possibilidades têm sido colocadas de uma forma muito clara com John Textor e toda a diretoria. Ele (Textor) tem tudo nas mãos. As coisas estão muito claras para todos. Espero ouvir a posição do Botafogo em relação a isso para poder decidir meu futuro”.
Se a permanência ou não no Rio de Janeiro será assunto ainda em 2024, o Botafogo tem metas a cumprir na temporada, a começar por este domingo. Líder do Brasileirão com três pontos de vantagem sobre o Palmeiras, o time precisa de um empate para carimbar o título. Se perder, vai torcer pelo tropeço do concorrente direto, que recebe o Fluminense, no Allianz Parque.
A ansiedade, é claro, mexe com os jogadores e também Artur Jorge. À ESPN, o técnico não escondeu a felicidade com a chance de ser campeão brasileiro logo em seu primeiro ano no país.
“Estou muito entusiasmado com a possibilidade de fechar o campeonato no nosso estádio, cheio com a nossa torcida. Precisamos de um ponto para sermos campeões. Para mim é muito gratificante olhar para trás, um longo campeonato, toda a nossa trajetória, estar dependendo de nós próprios e sabendo que estamos a um pequeno passo de fazer história”, discursou o comandante.
“Estou muito satisfeito com o trabalho que eu e minha comissão técnica temos feito porque conseguimos atingir marcos e objetivos, que no início eram objetivos distantes. Nessa altura, já ter um título conquistado e ter a possibilidade de conquistar o Brasileirão não estava naquilo que era a minha ideia para um primeiro ano, dentro de um contexto e de uma realidade diferente, com muita competitividade. Há de ter quase que um alinhamento perfeito de tudo para que possa ser possível conquistar dois títulos dessa forma”.
Se confirmar o título brasileiro, o Botafogo será apenas o terceiro clube da história do país a ganhar a Série A e a Libertadores na mesma temporada, ao lado do Santos de Pelé, em 1962 e 1963, e do Flamengo de Jorge Jesus, em 2019.
“Quero fazer parte daquilo que é a elite do futebol brasileiro, sul-americano. Essa é a uma grande motivação para nós desde o momento em que jogamos em São Paulo, quando enfrentamos o Palmeiras, em que todos os jogos foram autênticas finais para nós. Não existia e não existe margem de erro e vamos continuar com esse comportamento”.