Construção de creches, ampliação de escolas, garantia de vagas, merenda e transporte escolar. Em época de disputa para prefeito e vereador, a lista de promessas associadas à educação costuma contemplar itens dessa natureza. São importantes, claro, mas raramente concentram o essencial para um ensino de qualidade.
Em um certo sentido, a educação é afetada pelo mesmo “mal eleitoral” que aflige outra área basilar, o saneamento: ambas são fundamentais, mas as engrenagens que fazem tudo funcionar ficam “enterradas”. No caso da coleta e tratamento de esgoto, literalmente. No exemplo da educação, diluídas ao longo do espaço e do tempo.
“Há um trabalho invisível que raramente é mencionado. No entanto, é o que mantém a educação de pé e pode ser a diferença para uma rede pública de qualidade”, afirma a pedagoga Cybele Amado. Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social pela Universidade Federal da Bahia, Cybele fundou e dirigiu o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), que trabalha em conjunto com municípios baianos para a melhoria da qualidade da educação. No Ministério da Educação (MEC), atuou, ao longo de 2023, como diretora de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação.