O Brasil caiu nas quartas de final do volêi masculino nos Jogos Olímpicos de Paris. Nesta segunda-feira (5), a seleção brasileira perdeu para os Estados Unidos por 3 sets a 1 e deu adeus ao sonho do ouro. Um dos nomes mais experientes, Bruninho pediu reflexão.
Após a partida, o levantador falou sobre a transição promovida por outras seleções, o que, para ele, as colocam acima do Brasil atualmente.
“Eu acredito que assim, se você me lembrar de uma seleção que ficou mais de 20 anos chegando em finais e semifinais de Olimpíadas e Mundiais, acho que ninguém fez como o Brasil. Existe como em qualquer seleção, como Estados Unidos, Itália, Japão, existe um câmbio de geração, jogadores que vão chegando. Os jogadores mais experientes não estão mais no auge, temos que reconhecer, mas não é a mesma coisa que três anos atrás. A gente tem que olhar bastante nossa Superliga. Nosso campeonato está bastante aquém do nível que está lá fora. E eles estão acostumados a isso. Todos esses jogadores jogam em nível europeu e estão acostumados a isso. A gente tem que entender que os jogadores estão crescendo”, começou por dizer.
“As equipes são melhores que a gente. Existem derrotas que não podem acontecer, como a que foi contra o Canadá. Fora isso, só equipes que estão na semifinal olímpica, eles estão melhores que a gente.”
A autocrítica também esteve presente no discurso de Bruninho. Durante o desabafo, o levantador colocou o atual ciclo olímpico como o pior em que participou.
“Difícil. Muito frustrante. Por mais que a gente soubesse que fosse difícil todo percurso, a gente sempre acreditou. Aqui dentro existe uma cobrança muito grande por tudo que a gente fez por mais de 20 anos, a gente lutou e brigou de igual para igual e faltou. As outras equipes estão na frente. Dos ciclos que eu disputei esse é o pior. Então a gente teve um bronze mundial, mas sair nas quartas de final… o que dizer. É triste, frustrante, remoer e cicatrizar essa perda. O que fica de legado é o trabalho, a gente nunca deixou de trabalhar. Faltou voleibol e hoje as equipes estavam na nossa frente, a gente tem que assumir isso e olhar pra frente.”
‘Finalizar essa Olimpíada é muito triste
Sobre a derrota por 3 a 1 para os Estados Unidos, Bruninho lamentou o primeiro set, que o Brasil poderia ter aberto o placar e mudado o destino do jogo. Agora, é lamentar a derrota e virar a chave para as próximas competições.
“Tivemos muitas oportunidades no primeiro set e podíamos ter aberto o placar ali. No segundo, fomos atrás buscar. A equipe lutou. Existe uma responsabilidade grande e finalizar assim essa olimpíada é muito triste.”
A derrota quebra uma marca histórica para a seleção brasileira masculina de vôlei. É a primeira vez em 24 anos que a equipe volta de uma Olimpíada sem medalha.