Campeonato Brasileiro tem artilheiros mequetrefes – 21/10/2024 – Sandro Macedo

Observando o nível dos principais atacantes que atuam no nosso prestigiado futebol, este humilde escriba diria com boa margem de segurança que o grande Roberto Dinamite (1954-2023) se manterá como principal artilheiro do Campeonato Brasileiro por muitos e muitos anos com seus 190 gols.

Nossos artilheiros são meio mequetrefes, como diria um antigo conhecido. Ele usa a deliciosa palavra para qualificar, ou desqualificar, tudo de que não gosta e/ou acha insignificante.

Passadas 30 rodadas do prestigioso Brasileiro de 2024, o artilheiro é o flamenguista Pedro, ainda, com 11 gols, somente. Na Premier League, Haaland marcou dez gols em apenas oito rodadas —isso porque passou os últimos três jogos do campeonato em branco.

Atrás de Pedro estão Estêvão, do Palmeiras, e Hulk, do Atlético-MG, com dez gols cada um. E Estêvão não é cobrador oficial de pênalti —é o líder dos gols com bola rolando. Estes são os únicos três jogadores que chegaram aos dois dígitos de gols APÓS 30 RODADAS. É muito pouco.

Pedro só jogou 21 partidas, poderia argumentar o querido leitor e a querida leitora. É verdade. Estêvão não é o principal atacante do time e também já desfalcou a equipe por lesão, diria o(a) atento(a) palmeirense. Igualmente verdade.

E Hulk tem 18 partidas no torneio, sendo guardado para as Copas. Pura verdade.

Ok, e os outros atacantes do campeonato? Qual a desculpa da turma que se vende com cheiro de gol e que tem como principal ofício colocar a bola na rede?

“Toca no Calleri que é gol”? Sério? O moço fez cinco em 24 partidas. A música da torcida são-paulina deveria ser “toca no esforçado Calleri que ele briga com o zagueiro, mas deve estatisticamente desperdiçar a oportunidade”.

Só não cantam isso porque não rima… e é difícil decorar. Talvez um “toca no Luciano que a chance aumenta” —Luciano, companheiro de Calleri, marcou nove.

No Corinthians, o adorável contestado Yuri Alberto balançou a rede oito vezes. Isso o coloca oito gols na frente de Pedro Raul, o belo. Yuri tem 23 partidas disputadas, uma a menos que Calleri. Mas curiosamente o corintiano é infinitamente mais cobrado. Falta um Luciano no Corinthians para limpar a barra de Yuri.

No Palmeiras, tudo é lindo até quando não parece lindo. Que fase (boa), já diria Milton Leite. O principal matador alviverde deveria ser o esforçado Flaco López, que tem um gol a menos que o adolescente Estêvão (com três jogos a mais). E Raphael Veiga, o homem da bola parada, chegou aos oito depois dos três de domingo, diante do Juventude.

Do lado do líder Botafogo, Luiz Henrique tem seis gols em 28 jogos. Igor Jesus, que de repente se transformou em destaque da seleção brasileira de Dorival Júnior, marcou cinco vezes em apenas 14 partidas —média inferior à do artilheiro Pedro.

Daí o filósofo futebolístico questionaria: Igor Jesus é bom o suficiente para ser titular da seleção ou as defesas de Peru e Chile são piores que a do Criciúma? Este escriba acredita que os peruanos deveriam entrar já com o pedido de naturalização de Tobias Figueiredo, do time catarinense.

Se os quase esquecidos Vitor Roque e Gabriel Jesus (sem parentesco com Igor) resolvessem voltar para algum time brasileiro, brigariam facilmente por essa artilharia mequetrefe.


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