Além disso, a previsão de tarifas reduzidas para aproximadamente 97% das exportações industriais brasileiras à UE abre oportunidades para a exportação de peças e componentes automotivos, incentivando a integração da indústria nacional a cadeias globais de valor.
“Carne por carros”: o equilíbrio econômico e comercial
Popularmente conhecido como “acordo carne por carros”, o tratado reflete a troca de interesses entre os blocos: enquanto o Mercosul exporta produtos agrícolas, a UE mira ampliar a venda de veículos e tecnologia. A Alemanha, potência automotiva europeia, espera expandir sua presença no mercado sul-americano, enquanto agricultores da França e da Itália pressionam para que a UE volte atrás, temendo a competição do agro sulamericano.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) Ricardo Alban, destacou a importância de modernizar a indústria nacional para aproveitar as oportunidades trazidas pelo acordo. “O acesso preferencial ao mercado europeu amplia nossa competitividade global e nos conecta a uma das economias mais robustas do mundo.”
Pressão por competitividade e sustentabilidade
Com o acordo, o Brasil tem uma chance única de se posicionar como um player competitivo no comércio global. No entanto, a indústria automotiva local precisará adaptar-se rapidamente às novas demandas. A combinação de preços mais baixos de veículos importados e a exigência por sustentabilidade e eficiência energética pode levar a transformações significativas, como maior investimento em tecnologia e produção de veículos elétricos ou híbridos.