O novo Fortaleza enfrentou o Corinthians doze vezes, com quatro vitórias para cada lado e quatro empates, confrontos somados do Brasileirão à semifinal da Copa Sul-Americana vencida pelo Tricolor de Aço.
Mudou menos o confronto contra o gigante e tradicional alvinegro de São Paulo do que a geografia do futebol brasileiro. Até o início desta década, um sorteio de Copa do Brasil apontando o Sport, do Recife, como adversário, daria muito mais medo a um grandão do Rio ou São Paulo do que se o papelzinho da sorte saísse com o nome do Fortaleza.
“Precisamos trabalhar para voltar a fortalecer o futebol de Pernambuco”, disse o presidente do Sport, Igor Romão, ao ser questionado sobre esta inversão da geografia do futebol do Nordeste no programa De Primeira, do UOL, há três semanas.
O Corinthians não consegue vencer no Castelão desde 2019, temporada de readaptação do Fortaleza à Série A após 14 anos de ausência. Houve um empate em 2020 e quatro jogos seguidos vencidos pelo Tricolor, incluindo os 2 x 0 da Sul-Americana.
O período do tabu coincide com cinco títulos do Fortaleza, quatro estaduais e uma Copa do Nordeste. E nenhum do Corinthians, no que pode se caracterizar na maior seca de taças desde o gol de Basílio, em 1977, se neste ano não vier a Copa do Brasil ou a Sul-Americana.
É evindente que o poder de reação do Corinthians é muito maior e apenas um bom período de gestão financeira pode devolver ao Parque São Jorge sua centenária vocação para brilhar. Mas os últimos tempos mostram o Fortaleza compreendendo um novo momento do Brasil, em que trabalhar com correção e gastar menos do que se arrecada permite montar times fortes, capazes de sonhar com títulos nos mata-matas e de se colocar acima dos doze mais tradicionais.