Festival Negritudes celebra a diversidade e a representatividade nas telas

Educação e oportunidades

O comunicador AD Junior, que coordenou as mentorias de carreiras durante o Festival, expressou sua satisfação com a evolução do Negritudes. “O prisma deste evento é a partir do olhar de pessoas afrocentradas e suas vivências. Apesar de a diversidade estar presente no Brasil, ela nunca foi colocada como pauta primordial para ser discutida pelas vozes de pessoas pretas”.

Um dos painéis mais aguardados foi “Narrativas Negras: Uma Possibilidade de Infinidades”, mediado pela jornalista Zileide Silva. Ela contou ao UOL sobre a importância das oportunidades que lhe foram dadas por outras mulheres negras.

“Se ela pode, eu também posso, foi assim que pensei. No caso do jornalismo, Glória Maria me abriu essas portas. Se hoje sou referência para as estudantes de jornalismo, é porque tive e tenho minhas referências”, disse a jornalista.

Tia Má, jornalista e humorista, enfatizou a importância da diversidade nos espaços de poder. “Diversidade não é só uma palavra de efeito. Ter pessoas diversas nos espaços é algo poderoso. A representatividade pode definir os lugares que você vai ocupar. Quando você olha para alguém e se enxerga, você entende que pode sonhar e que pode estar ali. Estou feliz em saber que existem pessoas que se sentem representadas com a minha presença, com o meu corpo preto!”

Olodum abriu o Festival Negritudes 2024
Olodum abriu o Festival Negritudes 2024 Imagem: Magali Moraes

Gil do Vigor, ex-BBB, deixou um recado sobre educação. “Sempre que você tiver revoltado com a vida, estude. Pois é através dos livros que terão oportunidades”, disse o doutorando em economia na Universidade da Califórnia.

Revelação da teledramaturgia brasileira, o ator Amaury Lorenzo marcou presença no Festival e destacou a importância da diversidade em sua carreira. “Estar aqui hoje, neste evento que celebra a negritude e destaca a pluralidade, contempla muito a minha existência enquanto homem preto não retinto e LGBTQIA+. É hora de nos encontrarmos e apontarmos caminhos para o futuro”, afirmou o ator, que viveu o Ramiro da novela Terra e Paixão, em 2023.

Talentos brasileiros nascidos na Bahia

Mais de 2 mil pessoas lotaram os espaços do evento, que ainda contou com desfile de moda das marcas baianas Mônica Anjos e Meninos Reis, dos irmãos Junior Rocha e Céu Rocha.

A edição do Festival em Salvador proporcionou ainda mais a visibilidade de talentos baianos, que conquistaram destaque nacional, superando as barreiras imposta pelo racismo e pelo preconceito regional. Diversos profissionais negros puderam compartilhar suas histórias e estimular outros sonhos.

Além dos nomes já citados, também estiveram presentes potências baianas como o ator Felipe Velozo (Mar do Sertão), a empreendedora Monique Evelle, a cineasta Viviane Ferreira, os jornalistas Vanderson Nascimento, Tarsilla Alvarindo e Luana Assiz, além do produtor cultural Valmir Pereira, que compartilhou a trajetória da Irmandade da Boa Morte, de Cachoeira, um dos mais importantes símbolos de resistência negra no Recôncavo da Bahia.

No encerramento, a cantora Larissa Luz fez uma colab com o cantor Tatau, ex-Araketu e compositor de grandes sucessos da música brasileira, que foram relembrados para alegria do público presente.

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