É este “drive”, esta paixão pelas pistas, pelo esporte, pela família e, claro, pelo Brasil, que Leone também teve como força motriz para criar o seu Senna. “Ele tinha um prazer em correr. Ele tinha um prazer em competir, em obter vitória. Então, acho que isso está presente desde o início, desde sempre. E ele manteve isso até o fim. Esse nível dele, de competitividade, de determinação, de foco. São os pontos principais, eu diria, da essência do Ayrton Senna”, comentou o ator em entrevista ao Splash UOL e outros poucos veículos que tiveram a oportunidade de visitar o set da série no autódromo de Buenos Aires Oscar y Juan Gálvez, em final de julho/início de agosto de 2023.
Composta de seis episódios, “Senna” traz a história de Ayrton, entre vida pessoal e carreira, do início da carreira automobilística do tricampeão de F1, do kart à sua mudança para a Inglaterra para competir na Fórmula Ford, e segue até o trágico acidente em Ímola, na Itália, durante o Grande Prêmio de San Marino, em 1994.
“Até hoje não se fala de F1 sem se falar do Ayrton e não só o corredor, o piloto, mas, enfim, tudo que ele representava fora da pista. Depois de todo o trabalho que foi feito com o Instituto (Ayrton Senna)… Então, para mim é uma responsabilidade muito grande como brasileiro interpretá-lo, mas, ao mesmo tempo, é uma alegria, uma honra”, declarou Leone.
Em Buenos Aires, foram rodadas muitas sequências de pista, pois a conservação do autódromo, que não sofreu tantas interferências e modernização ao longo do tempo, como Interlagos e outros pelo mundo, facilitou que a fase da pós-produção fosse otimizada. Afinal, essa é uma série de época e tudo tem de ser fiel ao período. Mais especificamente, no dia da visita da imprensa, cenas dos GPs do Brasil, em Interlagos (1991); Canadá, no Autódromo Villeneuve (1990); Inglaterra, em Silverstone (1990); e Bélgica, Spa Francorchamps (1990), eram rodadas e réplicas perfeitas circulavam pela pista, assim como uma réplica da lendária Lotus 98T de Senna, que ele pilotou na temporada de 1986, a última Lótus preta e com a qual ele fez história ao conquistar sete pole positions e duas vitórias memoráveis.
Entre uma filmagem e outra, Leone, além do francês Matt Mella (que vive Alain Prost, companheiro na McLaren e seu grande rival), os produtores da série (Caio e Fabiano Gullane) e a equipe de maquiagem, figurino, réplicas e efeitos especiais, sem esquecer dos diretores Vicente Amorim (também showrunner) e Júlia Rezende, conversaram com jornalistas sobre os desafios e expectativas para a série, com certeza a maior já produzida para streaming pelo Brasil e com apelo internacional já garantido.