Mas a histórica Comissão Interamericana está agora à beira de um terremoto ainda maior. Hoje, dos sete comissários, três são considerados como ultraconservadores. Mas, em 2025, eles poderão ser maioria, pela primeira vez.
Uma votação em meados do ano vai escolher os nomes para ocupar três cargos, e governos como o de Javier Milei, El Salvador, Peru, Equador e outros se mobilizam para inverter os números. A aposta desses governos é a de conseguir que pelo menos dois dos três postos colocados em votação sejam ocupados por ultraconservadores.
Esse bloco ainda vai contar um apoio fundamental: o dos EUA, que representam 60% do orçamento da OEA e que financiam parte do funcionamento do órgão regional.
Se isso ocorrer e a composição for alterada para incluir quatro membros ultraconservadores ou de extrema direita, a Comissão Interamericana será formada, pela primeira vez, por uma maioria que combate a noção histórica de avanços em direitos humanos.
O impacto para todo o continente seria devastador. É a partir da Comissão Interamericana que recomendações e decisões são tomadas sobre violações. É a partir da Comissão que ativistas, opositores e grupos reprimidos conseguem ser escutados.
É também a partir de relatórios da Comissão que consensos e medidas são orquestradas no Congresso americano para colocar pressão sobre um regime.