Lula passa bem, mas a dor de cabeça do contribuinte perdura

A dor de cabeça que levou o presidente da República à mesa de cirurgia atormentava-o há vários dias. Intensificou-se no início da tarde de segunda-feira. Atingiu o ápice no final do expediente. Deu-se no momento em que Lula negociava com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, chefes da Câmara e do Senado, a liberação das emendas orçamentárias exigidas pelos parlamentares em troca da aprovação do pacote de contenção de despesas do governo. No mesmo horário, a Polícia Federal se equipava para desbaratar quadrilha que se dedica a desviar verbas federais.

Do encontro com Lira e Pacheco, no Planalto, Lula foi para o hospital Sírio-Libanês, em Brasília. Constatada uma hemorragia intracraniana, foi levado às pressas para o Sírio de São Paulo, onde foi submetido, na madrugada desta terça-feira, à cirurgia que drenou o sangramento tardio decorrente da queda que sofrera no banheiro do Alvorada em 19 de outubro. Pela manhã, Lula despertou, lúcido, no leito de uma UTI. Simultaneamente, agentes da PF deflagravam outra operação cirúrgica e bem-sucedida. Cumpriram 17 mandatos de prisão na cidade de Salvador.

Foram em cana operadores de um esquema que desviou verbas federais do Departamento Nacional de Obras contra a Seca, o Dnocs. Coisa de R$ 1,4 bilhão, com superfaturamento de mais de R$ 8 milhões. Entre os alvos está um vereador da cidade baiana de Campo Formoso, Francisquinho Nascimento. É primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do centrão e do União Brasil na Câmara. Antes de ser vereador, Francisquinho foi secretário-executivo da prefeitura do município, comandada pelo prefeito Elmo Nascimento, irmão do deputado Elmar.

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