Mbappé chega ao Real Madrid; quem vai sair para ele jogar? – 16/07/2024 – O Mundo É uma Bola

O francês Kylian Mbappé, 25, apresentou-se ao Real Madrid nesta terça-feira (16), no estádio Santiago Bernabéu tomado por milhares de torcedores.

Após uma Eurocopa discreta, sem brilho, na qual quebrou o nariz na estreia, fez apenas um gol (de pênalti) e não se mostrou decisivo na semifinal –quando a França perdeu para a depois campeã Espanha (2 a 1)–, o atacante deve estar ávido para iniciar a temporada e reencontrar o grande futebol que sempre apresentou.

A chegada de Mbappé, que vestirá a camisa 9 usada anteriormente pelo compatriota Karim Benzema (hoje no futebol saudita), forçará o treinador italiano Carlo Ancelotti a mudar um pouco a cara do atual campeão espanhol e da Champions League.

Diz um velho ditado que “em time que está ganhando não se mexe”, porém, como ninguém é doido de deixar um Mbappé na reserva, Ancelotti terá de mexer no time.

E não é uma mexida simples.

Aparentemente, considerando-se somente o número de jogadores do Real do meio para a frente, mantendo-se os tradicionais quatro atrás (dois laterais, dois zagueiros), até seria.

Com a aposentadoria do alemão Toni Kroos, uma vaga fica disponível.

Só que Kroos atuava no meio-campo, como segundo volante, e Mbappé é um atacante. Não é uma troca de seis por meia dúzia.

Assim, há três possibilidades: ou Ancelotti altera a forma vitoriosa de o Real jogar, tornando-o ainda mais ofensivo (com um único volante), ou alguém terá de mudar de posição (atuando mais recuado), ou algum figurão terá se ser relegado ao banco de reservas.

No primeiro caso, o volante solitário seria Tchouaméni ou Camavinga (ambos franceses, ambos jovens, ambos ótimos). Os meias-atacantes seriam o uruguaio Valverde e o inglês Bellingham, e o trio de ataque, Rodrygo, Mbappé e Vinicius Junior.

Problema: enfraquecer a marcação no meio-campo.

No segundo caso, Ancelotti recuaria Valverde ou Bellingham, deixando-o mais longe do gol.

Problemas: 1) o uruguaio, que joga aberto pela direita, como um ala, pode ter dificuldades mais atrás, pois não é nem um grande marcador nem um carregador de bola; 2) o inglês fazia essa função no Borussia Dortmund, mas pelo Real Madrid passou a atuar adiantado e tornou-se um sucesso estrondoso, marcando 19 gols no Campeonato Espanhol. Seria subaproveitá-lo.

No terceiro caso, com Ancelotti optando por dois volantes (Tchouaméni e Camavinga), alguém perde a vaga no time. E está com a cara de ser um brasileiro: Rodrygo. A dupla de ataque seria Mbappé e Vini Jr.

Problema: causar descontentamento em um jogador que é titular da seleção brasileira, o que pode gerar um ambiente conflituoso nos vestiários.

Há ainda uma outra questão, a do posicionamento do astro que chega.

É notório que Mbappé rende muito mais quando se posiciona pela esquerda do ataque, recebendo a bola perto da área e cortando o marcador para dentro antes de finalizar com a perna forte (a direita). É por ali também que Vini Jr., também destro, mostra seu melhor futebol.

Como não dá para sobrepor os dois em campo, um deles vai ter que mudar de posição.

Se o Real jogar com dois atacantes, quem vai cair mais para o outro lado? E ele vai dar certo ali? Na direita, quando o corte for para dentro, a fim de ter um melhor ângulo para o chute a gol, o pé a ser usado será o fraco, o que reduz a chance de êxito.

Uma possibilidade é Mbappé atuar centralizado, como centroavante, ficando Vini Jr. na esquerda e Rodrygo (ou Valverde) ocupando a direita do ataque. O francês estará mais perto do gol, porém quase sempre marcado por dois zagueiros.

Além disso, ele é um cabeceador medíocre, diferentemente de Benzema, e certamente evitará (pelo menos por algum tempo) o jogo aéreo, devido à recente fratura no nariz. Essa parece ser uma alternativa ruim.

O primeiro compromisso para valer do Real na temporada 2024/2025 é no dia 14 de agosto, daqui a quase um mês, a Supercopa da Europa, contra o italiano Atalanta.

Até lá, Ancelotti terá várias sessões de treinamento e alguns amistosos de alto nível (Milan, Barcelona, Chelsea) para encontrar um jeito de o meio e o ataque do time funcionarem.

É um desafio, mas daqueles gostosos de serem enfrentados: todo treinador quer ter uma equipe recheada de craques, e o recheio atual do Real tem ingredientes de primeira. Basta escolher quais usar e acertar a combinação para que o resultado seja palatável.

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