Palmeiras: racha na arquibancada deixa Abel no olho do furacão

A derrota por 3 a 1 do Palmeiras para o Botafogo, na última terça-feira (26), pela 36ª rodada do Brasileirão, terminou com um claro “racha” nas arquibancadas do Allianz Parque.

No 1º tempo da partida, os torcedores “comuns” e os membros da Mancha Alvi Verde (que, apesar de estar banida, comparece aos jogos sem usar adereços) até se uniram: começaram empurrando o time e terminaram reclamando bastante de nomes como Rony e Felipe Anderson.

Na etapa complementar, porém, as “opiniões” ficaram evidentemente divididas depois dos 35 minutos, quando o técnico Abel Ferreira tirou o atacante Estêvão, completamente extenuado, e colocou o volante Gabriel Menino.

A mexida colocou o português no “olho do furacão” como poucas vezes ocorreu desde o início de sua vitoriosa passagem pelo Verdão.

Enquanto o jovem de 17 anos deixava o campo, a principal uniformizada do clube soltou gritos de “burro” para o treinador. Os torcedores comuns, por sua vez, rebateram vaiando as ofensas e tentando puxar um apoio final ao Verdão, que até aí perdia por 2 a 0.

No entanto, o “racha” foi ampliado logo na sequência, com a organizada chamando o elenco alviverde de “time sem vergonha”, o que fez a torcida “comum” reagir mais uma vez, discordando da postura da Mancha e proferindo mais gritos de apoio.

Ainda sobraram mais xingamentos por parte da Mancha à presidente alviverde, Leila Pereira, que tem relações rompidas com a uniformizada e é alvo frequente de protestos do grupo nas arquibancadas tanto do Allianz Parque quanto de outros estádios.

Vale lembrar que a dirigente possui, inclusive, medidas protetivas concedidas pela Justiça contra membros do alto escalão da organizada, algo que fez os embates entre a torcida e Leila aumentarem exponencialmente nos últimos meses.

Abel fala sobre gritos de “burro”

O “cisma” entre “organizados” e “comuns” foi um dos temas abordados na coletiva de imprensa pós-jogo de Abel Ferreira.

Questionado sobre os gritos de “burro” e o posterior apupo recebido de grande parte da torcida, o português ressaltou o “carinho” demonstrado pelos fãs mesmo em face do resultado no Allianz Parque e destacou que o Brasileirão ainda não está decidido.

“É verdade que uma pequena parte da torcida, que você muito bem falou o nome [Mancha Alvi Verde], mas você viu o que o resto da torcida fez. Isso mostra o carinho que sentem por nós”, destacou.

“Eu entendo… São muitos títulos juntos (dos torcedores), e às vezes fica a sensação que o Palmeiras ganhou sempre, mas vocês sabem que, no futebol brasileiro, isso é difícil acontecer”, lembrou.

“Hoje aconteceu tudo bem para nosso adversário, mas ainda não tem ninguém campeão. Há um com tudo para ser campeão, que é o Botafogo”, argumentou.

“Quando eu cheguei ao Brasil, o Botafogo estava na segunda divisão. Depois de quatro anos está na final da Libertadores, está disputando o campeonato palmo-a-palmo conosco. Ainda não há um vencedor, vamos lutar até o fim, mas acho que o Botafogo tem tudo para ser campeão”, completou.

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De acordo com o arqueiro, as vaias e xingamentos foram resultado da frustração causada pela enorme expectativa criada em virtude do fato do Palmeiras ter assumido a liderança do Brasileirão na 35ª rodada.

O camisa 21 disse que viu como “normais” os “barulhos diferentes” feitos pela torcida, mas também salientou que a equipe palestrina terminou o jogo sendo aplaudida por boa parte dos fãs, apesar da derrota.

“A gente encontrou um ambiente muito favorável (antes do jogo). Mas vamos ser sinceros… Quando as coisas não saem bem, é normal ouvir barulho diferente [vaias e xingamentos]”, observou.

“É algo que a gente sempre fala, não tem como controlar (os torcedores). Depois que acabou, o torcedor aplaudiu e reconheceu o nosso esforço. Esse grupo é comprometido”, complementou.

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