Isso acontece com a música, com o cinema, com qualquer outro tipo de arte. Se não estivermos dispostos a enfrentar a estranheza e o incômodo daquilo que nos atravessa com questionamentos, vamos querer ficar com o previsível.
A IA está pronta para dominar a produção no território do previsível, replicando padrões que se mantêm na média.
Inclusive, a IA generativa tem um desempenho tão bom porque passou por uma fase de treinamento chamada “Aprendizado por reforço a partir do Feedback humano” em que foi treinada justamente para criar conteúdos de acordo com nossas preferências.
E, como vimos, a maior parte das pessoas preferem padrões mais simples.
Como sempre na história, os artistas continuarão esticando as possibilidades da realidade, pensando naquilo que foge dos padrões e cutucando a ferida da nossa existência.
Como disse Pablo Neruda: “A poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem”. Ou talvez tenha sido uma máquina.