São Paulo
Xuxa é uma das pessoas mais famosas do Brasil, um patrimônio da cultura pop, um fenômeno da história da comunicação. É difícil imaginar um adulto com mais de 30 anos no Brasil que não tenha memória afetiva ligada a ela.
Faz sentido que sua vida e carreira sejam retratadas em livros, séries, podcasts, programas e filmes. Até o ChatGPT reconhece que ela está entre os dez artistas vivos mais conhecidos do Brasil.
Em reconhecimento a essa importância de Xuxa, o Globoplay lançou o original “Xuxa, o Documentário” no ano passado, com direção da competentíssima Cássia Dian e tendo Pedro Bial como diretor-geral. A série contou toda a história de Maria da Graça Meneghel, desde seu início de carreira como modelo, e contou com a participação da própria artista, além de depoimentos de muitas testemunhas de sua vida e carreira.
E, claro, o destaque da série, que foi motivo de chamadas e trailers, foi Marlene Mattos. O reencontro entre apresentadora e diretora, criatura e criadora, foi amplamente explorado, afinal seria a primeira “DR” depois de anos de rompimento. Nada aconteceu, nem reconciliação, abraço, perdão.
Depois desse documentário, parecia que tudo que poderia ser dito e contado estava nessa obra. Mas não. Logo depois surgiu a notícia de uma série de ficção chamada “Rainha”, sobre os bastidores do auge da carreira da apresentadora. A produção foi amplamente anunciada no evento Rio2C do Grupo Globo.
Eis que agora é lançado um documentário sobre as Paquitas, também do Globoplay, o “Para Sempre Paquitas”. A série abriu um portal para milhares de novas pautas, desde os padrões de beleza impostos a meninas tão jovens a matérias do tipo “onde estão as Paquitas hoje?”.
Teve Marlene Mattos comentando a série e sua relação com as Paquitas. Ticiane Pinheiro sendo vetada como Paquita, Gisele Bündchen vestida de assistente de palco fazendo show, lembranças dos Paquitos, falsas bailarinas que se promoveram às custas do programa. É assunto que não acaba mais. Teve até a menininha que perguntava “Que Xou da Xuxa é esse?” provando que era ela mesma.
Há pouco tempo, recebi um convite para escrever o roteiro de uma série sobre a Xuxa em podcast. Achei interessante, mas não fechei o contrato nem sei se a série foi produzida. Mas a pergunta que fiz à época foi: “Será que ainda tem alguma coisa para contar sobre a vida e a obra de Xuxa que já não tenha sido retratado?”.
Não sei dizer. Talvez Xuxa seja mesmo inesgotável. Assim como meu saudoso e querido amigo Tony Goes, também me tornei mais fã de Xuxa madura do que da Xuxa que vi começar na carreira em 1983, quando trabalhei com Mauricio Sherman e Marlene Mattos na Band.
Da Xuxa com quem convivi quando fui sua roteirista. Não sei quantas séries sobre Xuxa ainda vão existir, só sei que ao que tudo indica, o público nunca vai se cansar de saber todos os detalhes dessa mulher que foi, para milhões, ídolo, diva, modelo, amiga, crush e mãe eletrônica.
Xuxa é infinita.