Para ser um atleta de alto rendimento, como os olímpicos, é preciso muita dedicação, persistência e resiliência, isso todo mundo já sabe, mas essas também são características encontradas nas mães. Nessas Olimpíadas temos acompanhado histórias incríveis de quem não precisou escolher entre a maternidade e o esporte, mas pôde conciliar os dois sonhos.
Acho que não fui a única a ficar impressionada quando a esgrimista egípcia Nada Hafez revelou nas redes sociais que competiu nos Jogos Olímpicos de Paris grávida de sete meses. Hafez chegou às oitavas de final, derrotando uma adversária com melhor ranking. “O que parecia ser duas participantes… na verdade eram três! Estávamos minha adversária, eu e meu futuro bebê”, escreveu ela.
Outra notícia que vibrei foi sobre o primeiro berçário instalado dentro de uma Vila Olímpica, o que proporciona que as crianças fiquem mais próximas de suas mães e pais atletas durante a competição.
A iniciativa foi liderada pela ex-velocista americana Allyson Felix competidora em cinco edições de Jogos Olímpicos e medalhista 11 vezes que, a partir de sua própria experiência em conciliar as competições e a falta de locais adequados para cuidar de sua filha Camryn, viu nesta edição o primeiro espaço direcionado a crianças que usam fraldas ou estão em fase de amamentação se tornar realidade.
Felix não compete mais desde 2022, porém continua apoiando mães atletas, afinal, como ela mesma encara, a maternidade não pode ser o fim da carreira, aliás, o próximo capítulo pode ser o auge, como aconteceu com Felix, quando retomou sua carreira 11 meses após ter seu primeiro filho em 2018, superando o número de medalhas de Usain Bolt. Nas Olimpíadas de Tóquio-2020, ela ainda conquistou o ouro nos 4 x 400 m e o bronze nos 400 m rasos.
Outra mãe que exigiu mudanças nas regras e no olhar sobre a maternidade das atletas foi a judoca francesa Clarisse Agbegnenou. Ela ainda amamenta sua filha Athéna, nascida em 2022, e encabeçou uma campanha para que o Comitê Olímpico Francês fornecesse quartos de hotel para atletas francesas que estavam amamentando.
Ver questões como essas finalmente levadas a sério nos traz esperança de que as mudanças podem levar tempo, mas acontecem, não sem antes ter havido muita dedicação, persistência e resiliência de certas mulheres. Por si só essas características já poderiam garantir o ouro para as mães de qualquer nacionalidade.
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