Rhodia inova em projeto sustentável de combate à pobreza menstrual

“Este é um projeto que contribui para o bem-estar destas meninas e, ao mesmo tempo, traz uma solução sustentável ao planeta”, diz Daniela Manique, presidente do Grupo Solvay/Rhodia na América Latina. Leia a seguir a entrevista exclusiva de Daniela para esta coluna.

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Ecoa: Como foi a ideia de unir uma ação social e ambiental dentro de um mesmo projeto?
Daniela Manique:
O projeto de doação de calcinhas absorventes em parceria com a Pantys faz parte do programa global de cidadania corporativa do Grupo Solvay para melhorar a nossa qualidade de vida. Para nós, essas ações casadas, ambientais e sociais, são importantes porque conseguimos trabalhar de forma mais ampla. As calcinhas da Pantys são feitas com nossos tecidos, o mesmo tecido antibacteriano que foi capaz de absorver o vírus da Covid. As doações não apenas beneficiaram 250 meninas: mostramos a elas um material tecnológico, que se decompõe mais rápido, e não deixa os microplásticos se acumularem. Então elas saem da pobreza menstrual, que é um problema grave no mundo inteiro, com uma solução sustentável para o planeta.

Ecoa: Este é um exemplo de material que mostra um foco importante em tecnologia, pesquisa e inovação.
Daniela Manique:
O grupo Solvy tem 160 anos. Somos centenários no Brasil. E entendemos que a química sustentável é a química do futuro. Quem não focar nisso, não estará por aqui muito tempo. A química está em tudo e ela precisa trabalhar de forma correta. Então o foco é em pesquisa e desenvolvimento na linha de materiais. Queremos produtos inteligentes, funcionais e sustentáveis – e atendemos a uma ampla gama de setores, desde o automotivo até o cosmético, da moda à construção civil. Além de fios renováveis para a indústria têxtil, temos, por exemplo, solventes sustentáveis que são amplamente utilizados em embalagens de macarrão, café e biscoito. Feitos com 100% de etanol reciclável, seu impacto ambiental é bem menor. Esta é a química do futuro: trazer qualidade de vida para as pessoas, com desenvolvimento, mas com o mínimo de pegada de carbono.

Ecoa: A fábrica da Rhodia, em Paulínia, é referência de um projeto que alia produção industrial à preservação da natureza.
Daniela Manique:
O projeto foi todo feito com caldeiras alimentadas por biomassa, um combustível renovável. A meta é alcançar a neutralidade de carbono até 2030. No complexo, apenas 15% da área é ocupada pelo site industrial – o restante é totalmente área de reflorestamento. A fábrica já reduziu suas emissões de carbono em 95% em comparação aos níveis de 2005. O complexo de Paulínia se tornou um benchmark internacional: temos uma floresta com milhares de árvores de espécies da Mata Atlântica plantadas e mantidas; dois rios cruzando a área; e mais de 27 fábricas de uma indústria química em plena operação, com capacidade de produção que chega a 1,2 milhão de toneladas de produtos químicos por ano.

Ecoa: Com uma produção desta escala, são muitos colaboradores. Como é feito o engajamento nas ações ESG?
Daniela Manique:
São mais de 780 funcionários. Com uma unidade dedicada à redução de gases de efeito estufa, a Rhodia eliminou cerca de 4,5 milhões de toneladas de CO? equivalente a cada ano. Não conseguiríamos este número sem um alto engajamento. O ESG está no nosso sangue, em todas as áreas. E todos estão envolvidos em algum projeto. Um exemplo é o Lady Bug, em que distribuímos joaninhas e ensinamos crianças das escolas públicas a criarem e a soltarem os insetos, que são polinizadores. Há envolvimento, educação ambiental e alegria.

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