Rival do Atlético-MG: como joga o River Plate de Gallardo e reforços campeões do mundo?

A atual edição da CONMEBOL Libertadores é, até agora, tudo que o River Plate sonhou. O gigante argentino, com torcida espalhada por outros países do continente, pegou um grupo acessível na fase inicial, se classificou com uma das melhores campanhas e, embora encontrasse dificuldade no Campeonato Argentino, ganhou a tranquilidade de decidir todos os duelos do mata-mata no seu remodelado estádio (hoje o maior da América do Sul), que será também o palco da grande final no dia 30 de novembro.

O sorteio que definiu o caminho até às semifinais também reservou aos Millonarios adversários tecnicamente mais fracos do que aos brasileiros, que nos últimos anos têm levantado a taça. No meio do caminho os torcedores comemoraram ainda a volta do ídolo Marcelo Gallardo ao banco de reservas e as contratações de jogadores de peso como o zagueiro Pezzela e o lateral-esquerdo Acuña (campeões do mundo com a seleção em 2022), entre outros. Enquanto isso, viu os últimos campeões, Fluminense (2023), Flamengo (2022) e Palmeiras (2021), serem eliminados.

A semifinal contra o Atlético-MG é a hora da verdade para o River. Pela primeira vez nesta competição, ele vai enfrentar um clube que no momento tem força real para brigar pela taça. Está pronto para isso? Os resultados não têm sido muito bons. Gallardo soma sete empates e uma derrota nos 13 jogos em que esteve à frente do time desde que voltou. A favor dele contam três vitórias em quatro jogos de Libertadores (duas sobre o Talleres-ARG e outra sobre o Colo-Colo-CHI) e o fato de ter vencido o Boca Juniors, seu maior rival, na Bombonera. O aproveitamento geral é de 56%, baixo para o investimento que foi feito. Desde as quartas de final, o time jogou apenas mais três vezes, marcou só um gol – de pênalti na última sexta-feira (18) contra o Vélez Sarsfield – e não venceu. Foram dois empates e uma derrota.

Armani continua sendo o goleiro, mas ganhou uma sombra desde a chegada de Ledesma no meio do ano. Bustos, contratado do Internacional, é o lateral-direito. A zaga tem o experiente Pezzela, que veio do Betis-ESP, e o chileno Paulo Díaz, um dos mais antigos no elenco. Acuña, que veio do Sevilla-ESP em agosto, completa a defesa na lateral esquerda.

O meio campo costuma começar os jogos com três jogadores. Normalmente o principal volante é Kranevitter, prata da casa que voltou ano passado depois de passar pela Espanha e pelo México. O segundo homem mais dedicado à marcação é Santiago Simón, de 22 anos – base do clube. Nacho Fernandez, ex-Galo, é quem normalmente completa o trio, fechando o lado esquerdo sem a bola e chegando mais à frente do que os colegas quando o time ataca. Eventualmente, Gallardo coloca quatro no meio, formando um losango com Lanzini, ex-Fluminense, à frente deste trio.

O ataque costuma partir de uma linha de três que tem Meza, ex-Independiente-ARG e Monterrey-MEX, aberto pela direita; Colidio, revelado pelo Boca e com passagem apagada pela Inter de Milão-ITA, mais pela esquerda e o nosso velho conhecido Miguel Borja, ex-Palmeiras, centralizado dentro da área. Meza é quem normalmente dá lugar para Lanzini quando o time passa ao 4-4-2. Nesse momento o normal é ter Borja e Colidio centralizados.

Gallardo tem outros jogadores que usa bastante. Desde o zagueiro González Pirez e os volantes Fonseca e Villagra, passando pelas joias da base ‘Diablito’ Echeverri e Manstantuono, ambos meias, e chegando ao centroavante paraguaio Adám Bareiro. Todos bons jogadores.

É um time que segue a premissa básica de Gallardo: muita intensidade para recuperar a bola. Uma vez de posse dela, a construção pretende ser coletiva a partir da troca de passes sustentada por tabelas e triangulações com a chegada dos meias e laterais. Essa segunda parte ainda não está tão azeitada quanto esteve em outras épocas. O time tem feito poucos gols e criado menos chances do que antes, mas é importante destacar que tem qualidade para fazer isso a qualquer momento.

E sabemos como este River cresce quando o assunto é mata-mata de Copa Libertadores com Gallardo no comando. Mas será o suficiente para superar o Galo de Hulk, Paulinho, Scarpa, Arana e agora também de Deyverson? Vejamos.

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