O Oriente Médio, que já tem sido palco de intensas operações militares há quase um ano, parece, cada dia mais, propenso a um conflito generalizado. Nos últimos dias, Israel realizou uma série de ataques contra forças apoiadas por Teerã, o que incluiu o assassinato de líderes do Hezbollah e do Hamas, além de ataques a alvos no Iêmen controlados pelos houthis. O conflito, que já era iminente, escalou com uma nova ofensiva terrestre israelense. Esta situação não se resume a ataques pontuais: há uma clara ampliação do confronto, que pode envolver toda a região.
O que vemos agora não é apenas uma operação militar convencional. Trata-se de uma guerra assimétrica, na qual grupos como o Hezbollah, apoiados por uma sofisticada rede de aliados regionais, podem tornar o confronto prolongado e extremamente difícil para as forças israelenses. No Líbano, o Hezbollah possui uma complexa rede de túneis e sistemas de defesa, com combatentes treinados para resistir a incursões terrestres. Esta não será uma batalha de curta duração.
O objetivo imediato de Israel parece ser a remoção de infraestruturas militares do grupo ao longo de sua fronteira norte. No entanto, o potencial para danos colaterais, especialmente em áreas civis densamente povoadas, é alarmante. O sul do Líbano, com uma presença significativa do Hezbollah, também abriga populações civis que podem se tornar vítimas do conflito. Esse cenário aponta para uma crise humanitária de proporções gravíssimas.