Em 2022, quando a coluna fez a primeira reportagem sobre o assunto, a Voltz afirmou que havia 10 mil motos na fila de espera e que os atrasos foram causados pelas paralisações da pandemia. Prometeram resolver o problema até junho de 2023, mas nada saiu como esperado.
Em novembro do ano passado, a Voltz iniciou seu processo de recuperação judicial. A startup obteve uma proteção contra credores por 30 dias junto à Justiça de Pernambuco no dia 9 de novembro até que o plano de recuperação judicial fosse apresentado.
O juiz Julio Cezar Santos da Silva, da 3ª Vara Cível de Recife, indicou que a situação financeira da Voltz é deficitária, embora a empresa alegue que será “passageira”. Ele destacou a existência de um grande número de ações de protesto de títulos e de cumprimentos de sentença/execuções promovidas contra a empresa, que são aptas a demonstrar as dificuldades financeiras, especialmente considerando o montante da dívida, que está na casa dos R$ 335,2 milhões.
No plano de recuperação judicial, a marca atribui a situação a fatores externos e internos. No primeiro caso, ao histórico de recessões econômicas no Brasil, alta da inflação e preços de commodities, variação cambial e aumento do spread bancário, além de dificuldades no recebimento de peças de fornecedores chineses, aumentando o tempo de entrega de 10 para 180 dias.
No caso dos fatores internos, a marca enumerou a queda na margem bruta devido ao aumento do custo de vendas, inadimplência de clientes, adiamentos nas operações de entrega, aumento das obrigações fiscais e trabalhistas, e elevação da taxa Selic nos últimos cinco anos.
Plano de pagamento
UOL Carros teve acesso ao plano de recuperação judicial da Voltz, que inclui várias medidas para reestruturar suas finanças e retomar suas operações. Entre as principais ações estão: