Mas foi a esquerda que saiu vitoriosa. A coalização dos partidos de esquerda poderá somar entre 180 a 205 cadeiras na Assembleia Nacional, contra 164 a 174 dos aliados do presidente centrista Emmanuel Macron, que perde um espaço importante.
A extrema direita vem em terceiro, com 132 a 145 assentos.
O recado que vem das urnas, portanto, é claro: seja optando pela esquerda ou pela extrema direita, os eleitores franceses estão insatisfeitos com a sua vida e com as políticas fiscalistas de Macron, que, paradoxalmente, trouxeram benefícios ao país.
É claro que o apelo democrático também teve força. Não são poucos os que tem receio dos discursos fascistas e anti-migratórios que Le Penn representa e que ela vem tentando, sem muito sucesso, suavizar. A taxa de comparecimento às urnas foi a maior em quatro décadas.
Mas o que está em curso na França, assim no Reino Unido, onde os trabalhistas tiveram uma vitória histórica, é uma revolta contra o status quo.
“Já vínhamos defendendo essa tese faz algum tempo. O que existe na Europa hoje, seja na França ou no Reino Unido, é um movimento contra o status quo: a inflação, o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, particularmente depois da guerra da Ucrânia”, disse à coluna Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia.